Vale a pena ler...
Design Autoral
Esta “posição” não é fácil de definir. Mas será que interessa a definição?
A palavra “autor” tem tido significados diferentes ao longo da História, mas especialmente ao longo das últimas décadas, talvez para mostrar a maior liberdade criativa e de expressão que a maior parte dos povos e profissionais puderam demonstrar.
Num ensaio de George Foucault em 1969, “O que é um Autor?”, ele mostra, aplicado à escrita, em como ao longo dos séculos a autoria tem tido aplicações diferentes. Por exemplo, vários textos sagrados de diversas religiões não têm um nome por trás, eram anônimas. Assim também eram as descobertas científicas no século XVIII, que para todos os efeitos, podiam ter sido descobertas por qualquer outra pessoa a estudar esses campos, porque o que interessava mais era descobrir verdades e puxar o avanço de novas descobertas, tudo a favor da ciência, e não do indivíduo. Pelo contrário, ainda no mesmo século, com a literatura já era diferente... assim uma peça literária ia estar associada a um nome, o que podia fazer crescer a reputação do escritor ou piorá-la caso não estivesse em voga ou em forma dos costumes sociais da altura e daquilo que era ou não aceitável.
Desde essa altura que evoluímos para tempos bem diferentes, e hoje em dia, as coisas podem não ser assim tão simples de ser catalogadas. O que é o design? Ou o que é a arte? Um pode ser o outro, com e sem o outro?
Quando o Morandini desenvolveu a identidade visual da gelataria Vipiteno ele não se fez estas perguntas... ele simplesmente fez.
Tem um logo, então... é design? Por outro lado, o estilo, é tão bom, tão delicioso, que parece bem artístico. Então é arte?
Essa gelataria tem agora uma identidade visual que a faz destacar das demais, justamente por o trabalho final ser magnífico e pelo estilo peculiar e fantástico do Morandini. Há quem possa afirmar, em círculos de design mais conservadores, que a posição autoral contraria o espírito do design. Então mas para isso eles estão supondo que é design, quando é difícil muitas vezes estabelecer a fronteira entre um campo, e o outro.
Outros podem ainda afirmar que a autoria no design serve para meios egocentristas. Se muito, é bom, alguém que seja bom, poder construir a sua própria marca, um branding eficiente para se poder lançar acima dos outros e ser reconhecido. Isto vai beneficiar tanto o profissional como o cliente. Senão, de que outra maneira é que empresas como a gelataria Vipiteno poderiam ter uma identidade profissional, se aqui o nosso amigo Morandini se submetesse à pressão convencional e se refugiasse no anonimato? E como é que muitas outras empresas como Fedex, Mobil, BP e outras de destaque pelo globo fariam se não conhecessem aqueles que são hoje considerados designers famosos para lhes fazerem suas identidades?
O trecho de jornal mesmo do blog do Morandini relata bem onde ele se situa, ou como ele se situa:
“Os ilustradores dizem que ele é designer. Os designers acham que ele é artista. Os artistas torcem o nariz e falam que ele “não passa de um ilustrador”… Assim, sem ligar para rótulos, Morandini segue trabalhando, criando imagens divertidas e positivas para uma porção de coisas, pessoas e lugares[...]“
Deixemos uns falar, e outros fazer. Afinal o que interessa não são as definições, mas sim quem nos faz um bom trabalho e sabe o que faz. Enquanto mais teorias e conceitos, prós ou contras, serão desenvolvidas na área do design autoral, Morandini continuará de projecto a projecto a fazer o que faz de melhor: a deslumbrarmo-nos com o seu trabalho.
Morandini é um verdadeiro artista e é responsavel por todo o design da Vipiteno. Para conhecer melhor as suas obras-primas, acesse:
http://www.morandini.com.br/
http://blog.morandini.com.br/
Aproveite e siga-o no Twitter: @morandinidesign
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